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Sambas-enredo
da cidade da Bahia

V

Registro de memórias

Escola de samba

Ritmistas do Samba

A primeira escola de samba de Salvador, os Ritmistas do Samba, nasceu no dia 15 de novembro de 1957, na Ladeira da Preguiça, como uma dissidência da tradicional batucada Nega Maluca. Em um tempo em que o Carnaval da cidade era tradicional por suas batucadas, cordões e blocos, os sambistas da Preguiça ousaram estabelecer no Reinado de Momo uma nova tradição, que poucos anos depois arrebataria a preferência dos foliões da capital baiana.

Tendo sua fundação anterior ao início dos desfiles das escolas de samba organizados pela Prefeitura de Salvador, em 1961, os Ritmistas do Samba saíram nos primeiros anos, ainda com poucos integrantes, em disputas de outras categorias, chegando a beliscar o vice-campeonato no concurso das batucadas em 1959, atrás da Mocidade em Mangueira, que futuramente se transformaria em escola de samba.

Reconhecida pelas agremiações coirmãs como a “Academia do Samba”, com uma bateria que, embora pequena, era considerada a melhor da cidade, a Escola de Samba Ritmistas do Samba faturou os dois primeiros campeonatos do concurso das escolas de samba, no biênio 1961-1962, sendo estas as únicas conquistas da agremiação alvinegra da Preguiça.

Tendo em suas fileiras grandes compositores, como Edson Conceição (autor do clássico “Não deixe o samba morrer”), Guiga de Ogum e Edson Menezes, o Edinho Box, os Ritmistas do Samba desfilaram até o ano de 1971, quando, depois de já ter migrado da Preguiça para o Pelourinho e trocado as cores de seu pavilhão para o vermelho e branco, enrolaram definitivamente sua bandeira.

Um dos grandes momentos da escola se deu em 1968, quando apresentou na Avenida o enredo “A influência dos Negros na Bahia”, samba-enredo de autoria de Edinho Box que é considerado um dos grandes clássicos do Carnaval soteropolitano. O compositor, reconhecido por muitos como um dos mais geniais criadores do gênero na Bahia, também compôs os sambas para os enredos “Primeiro Aniversário da Abolição” e “Catarina Paraguaçu”.

Outros bambas provenientes de agremiações tradicionais da cidade, como Ederaldo Gentil e Walmir Lima, também legaram seus talentos aos Ritmistas do Samba, com os sambas-enredo “Onze anos de samba e tradição” (1969) e “Homenagem ao Velho Guerreiro” (1971), respectivamente.

Sambas-enredo: