Roque José Xavier era o nome de batismo do sambista conhecido como Roque Fumaça, na Bahia, e Roque do Plá, no Rio de Janeiro. Na Boa Terra, antes de fazer carreira junto ao grupo Os Partideiros do Plá na capital fluminense, foi um dos mais talentosos carnavalescos, compondo e cantando sambas-enredo na Avenida com grande destaque.
Como criador de sambas-enredo, Roque Fumaça fez sua estreia em 1969, nos Diplomatas de Amaralina, quando levou às ruas do Centro de Salvador “Epopeia de uma raça”, ajudando a escola de samba de Nordeste de Amaralina a conquistar o primeiro título de sua história. Dois anos depois, para a Juventude do Garcia, compôs “Datas e efemérides do Brasil”, sem obter o mesmo sucesso no concurso carnavalesco. Na escola do Garcia, também foi intérprete de um pioneiro compacto simples de escolas de samba de Salvador, lançado às vésperas dos festejos momescos de 1972.
Em 1973, nos Filhos do Tororó, já rebatizado de Roque do Plá, foi personagem de uma das mais acirradas disputas de escolha de samba-enredo da agremiação azul, vermelha e branca. Na ocasião, ao lado de Baiano do Cabral e Sidney da Conceição, compôs um empolgante samba para o enredo “50 anos de Yalorixá de Mãe Menininha”, ganhando a quadra e despontando como um dos favorito até o último momento da escolha. No fim, porém, Ederaldo Gentil triunfou mais uma vez, desta feita acompanhado pelo jornalista Anísio Félix. A renhida disputa fez com que a memória musical da cidade ganhasse duas belas composições, ambas gravadas por seus autores nos anos vindouros.
No Tororó, com o parceiro de Partideiros do Plá Edson Menezes, voltaria a compor um samba-enredo, no Carnaval seguinte. E embora a tentativa de criação da dupla para o enredo “Carnaval, fantástico show da vida” não tenha obtido sucesso na quadra, proporcionou, meses depois, mais um registro de um samba-enredo soteropolitano, desta vez no LP “pau-de-sebo” “Samba de Montão”.
