Com o desfile da escolas de samba se credenciando como o grande atrativo da cidade durante o Reinado de Momo, a imprensa especializada passa a registrar com detalhes a preparação destas agremiações para o concurso oficial. Com efeito, os sambas-enredo escolhidos pelas escolas para a disputa do certame recebem uma maior atenção por parte destes jornalistas, fornecendo informações preciosas aos leitores – e aos futuros historiadores que se debruçaram sobre o tema.
O Carnaval de 1968 foi marcado por alguns sambas antológicos, sendo o mais marcante “A influência dos negros na Bahia”, dos Ritmistas do Samba, de autoria dos irmãos Edson e Ednelson Menezes. Além dele, “As quatro estações do ano”, de Reginaldo Luz, João Barroso e João Dondoco, que deu o tricampeonato para a Juventude do Garcia; e “História dos Carnavais”, de Ederaldo Gentil, que levaram os Filhos do Tororó ao segundo lugar, são outras obras musicais criadas para aquele desfile que são lembradas até os dias atuais por muitos sambistas da cidade.
Marcante foram também os sambas-enredo “História da Independência do Brasil”, dos Diplomatas de Amaralina (de Guiga de Ogum e João Amaral) e “O circo”, de Walmir Lima, criado para os Filhos do Morro, que naquele ano fazia a transição de cordão para Escola de Samba.
No segundo grupo, o Bafo da Onça alcançou o tricampeonato com “Abolição da Escravatura”, de Carlos Conceição, ascendendo para o grupo de elite – completaram o pódio o Ritmo da Liberdade e os Calouros do Samba.
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