Um dos grandes nomes da música baiana do século XX, Paulinho Camafeu (nascido Paulo Vitor Bacelar) teve intensa participação nas escolas de samba da cidade. Carnavalesco por excelência, crescendo e criando-se em blocos e cordões como Come Lixo, Vai Levando, Filhos do Mar e Deixa Vida de Kelé, o sambista tomou parte na bateria dos Ritmistas do Samba, a pioneira da cidade, antes de aventurar-se como mestre-sala na Unidos do Vale do Canela.
Mas foi nos Diplomatas de Amaralina, no Carnaval de 1975, que pôde criar, pela primeira e única vez, um samba-enredo: ao lado de Vadu da Ribeira, outra figura icônica do samba e do Reinado de Momo da capital baiana, Paulinho Camafeu compôs “Contos de Areia”, que deu à escola o título do concurso do primeiro grupo naquela ocasião.
O compositor também dedicou sua inspiração para a criação de obras musicais desenvolvidas para diversos outras entidades carnavalescas da cidade, notadamente os Apaches do Tororó e o Ilê Aiyê, para o qual comporia o clássico “Mundo negro (Que bloco é esse?)”.